Arquivo da tag: Champs-Élysées

185- 10) La Ville-Lumière

Caminhamos muito.
Desde o Arco do Triunfo, passando por toda a Champs-Élysées, alcançando o cruzamento da Franklin D. Roosevelt para então entrar na Wiston Churchill e passar no Petit Palais.

O frio era constante e os pés estavam tão doloridos que parecia que eu estava andando descalço.
Por mais doloroso que fosse caminhar, mesmo que em marcha reduzida, o prazer em descobrir lugares perfeitos a cada quarteirão avançado era por demais viciante e o melhor remédio para tanta dor.

Foi assim que me apaixonei por Paris.

Como era possível estar tudo pronto? Tudo construído com maestria e capricho?
Estava tudo pronto, estava tudo lá!

É completamente maluco vc ir descobrindo isso a cada passo dado.
Uma cidade luminosa, cheia de monumentos e construções lindas equilibradas com jardins maravilhosos…
Pra tornar aquilo mais perfeito ainda, o clima de Outono, as folhas de Outono, o humor e o sentimento que essa estação provoca nas pessoas.

Eu estava apaixonado por cada canto descoberto, por cada rua, por cada avenida.

Foi quando a noite nos atingiu.
Estávamos cruzando a belíssima Ponte Alexandre III, que é muito mais que uma simples ponte.

Eu amei andar pela Ponte de Westminster em Londres, mas cruzar a Alexandre III era muito mais especial.

A Ponte Alexandre III é a ponte mais bonita e emblemática de Paris. Com seu estilo Art Nouveau, ela intrega um conjunto arquitetônico maravilhoso do qual fazem parte o Grand Palais e o Petit.
Os três foram construídos para celebrar e abrigar a Exposição Universal de 1900.

Além de linda, foi importante também para o ponto de vista arquitetônico e de engenharia: foi a primeira ponte pré-fabricada a ser transportada para o local, onde foi instalada com guindastes.

Uma das exigências do projeto foi de não interromper as vistas para Invalides e Champs-Elysées, o que resultou numa ponte especialmente baixa e larga, com 107,5 metros de comprimento e altura apenas de 6 metros.

Lógico que eu não tinha todas essas informações ao passar por ela, mas naquele momento isso não era tão importante, ela me impressionou do mesmo jeito.

Era final de um dia comum. As pessoas voltavam para suas casas bem protegidas do frio, dentro de seus carros quentinhos.
Vi um deslumbre da Torre ao fundo e não resisti.

A todo instante ela nos lembrava de que estávamos sob sua proteção. É um enorme amuleto mágico, que de vez em quando, dá uma olhada na gente de longe.

Paramos por um momento pra tentar capturar a atmosfera daquele lugar e eu desejei poder passar por ela numa próxima oportunidade, de dia, ainda nessa Eurotrip. Claro que isso não seria possível.

Parei para contemplar o Rio Sena. Mais um rio famoso pra se lembrar em dias futuros.
Que paz! Que sorte os parisienses tem!

Um Bateaux-Mouches passava no exato momento. Registrei-o, mas não fiquei com muita vontade de navegar o Sena. A experiência em ir até Greenwich pelo Tâmisa foi um tanto quanto cansativa.

Queria mesmo era pegar uma bicicleta e sair pedalando por todos esses lugares, mas isso é uma coisa pra se fazer de dia e no verão. Quem sabe numa próxima Eurotrip… É, definitivamente numa próxima Eurotrip!

A cidade luz faz jus ao seu nome.
A iluminação noturna em Paris é um charme só e um convite para uma gostosa caminhada.

O frio tinha atingido níveis insuportáveis e a Ju estava apenas com aquele vestido fino e nada mais.
Briguei muito com ela. Ela tinha pego todo o frio no topo do Arco do Triunfo… Isso não poderia resultar em boa coisa…
Teimosa como sempre, ela não arredou o pé em dizer que estava tudo bem, assim como não aceitou nosso agasalho.

Fomos caminhando como podíamos e atravessamos a ponte.

Paris é uma declaração de amor aos olhos.
Nossos ouvidos são agraciados com aquele som distante dos tocadores de acordeão nas esquinas.
Nossos narizes são desafiados a todo instante pelos cafés e padarias.
E aquele frio charmoso rasgando nossa pele…

Encontramos uma vitrine muito convidativa do outro lado do Sena.

As meninas não perderam a oportunidade de tirar um sarro.

Sofisticadas e engraçadas, o ensaio foi um dos momentos mais fashion do passeio.

Meninas malucas.
A brincadeira foi tão espontânea, que as pessoas que passavam ao nosso lado aprovavam com interesse.

Afundamo-nos na primeira estação de metrô pra descansar meia horinha no nosso Hotel, desfazer as malas, tomar um banho muito muito quente, apanhar agasalho pra Ju e então sair pra jantar.

O Phil nos levou pra comer carne, como ela deve ser realmente saboreada.

Juro que queria ter tirado uma foto do enfeitado prato, mas me contive, afinal de contas, era nosso primeiro jantar francês e não podíamos cometer deslizes.

O bife tinha um sabor fantástico mas nem de longe superava a carne brasileira. Veio acompanhado por uns molhos deliciosos que eu nem imagino do que foram feitos. Havia ainda uma porção de vagem bem verdinha e temperada suavemente, uma salada espetacular e as originais French Fries, as mais crocantes e saborosas que eu já comi.
Pra não fugir muito do praxe, pedimos Coca-Cola.

Passamos muito tempo para saborear tudo o que nos foi trazido.
A conversa com os suíços foi tão deliciosa quanto os pratos.
Foi um jantar muito agradável e nada barato.
Saímos de lá satisfeitos. Não houve espaço para sorvete e eu resisti em não tirar fotos dentro do restaurante. Só o fiz porque o Phil pediu.

Os suíços não estavam cansados como nós estávamos. Tinham acabado de chegar de Berna, uma cidade completamente serena e cheia de paz. Estavam loucos por diversão.
A gente estava há 4 dias andando loucamente pelo subterrâneo e pela supefície de Londres. Assim sendo, nossas pernas já estavam bem gastas e toda a canseira se acumulou neste dia.
De qualquer forma, depois do jantar, nos pegamos passeando com os amigos pelos arredores do nosso bairro: Strasbourg – Saint-Denis.

Fomos tirar foto perto do pequeno Arco, na Boulevard Saint Denis e nos empolgamos.

Por mais que estivéssemos fechando os olhos, ainda precisávamos entrar em contato com o pessoal daqui do Brasil.

Conversamos mais algumas horas com os amigos sem sono e só então mergulhamos merecidamente numa cama quentinha, num quarto encarpetado e bem protegido do frio lá de fora.
Não houve brecha nem para sonhar.

Créditos Ponte Alexandre III: Arnaldo Interata

184- 09) Paris, Je Suis Brésilien

Chegar a cidade luz pelos trilhos é curioso e nada glamouroso.
Tudo o que vc vê ao entrar na França são subúrbios feios com muros e construções pichadas, edifícios velhos com pinturas descoladas e com suas sacadas cheias de roupas no varal…
Há uma escrachada falta de beleza nas ruas das cidades que margeiam a estrada de ferro…
Não há nada lá fora que seja muito interessante, não pelo menos ao redor dos trilhos.

Impressionante como uma vez que vc sai da escuridão do Eurotunnel pela região do Calais – norte da França, chegar em Paris é realmente muito prático e nada demorado.

Trens poderosos se mostram rasgando os trilhos ao lado na direção contrária e aos poucos, o desinteressante vai deixando de ser desinteressante.

Há uma certa bagunça bem brasileira nas ruas que vemos pipocar pela janela do trem.
Talvez essa observação se dê pelo fato de tudo ser irritantemente perfeito em Londres e estarmos vindo maravilhados demais de lá.
Por mais que a França seja um país de primeiro mundo, há muita distância entre essa impecabilidade urbana londrina, pelo menos nessas cidades que vi passar ao horizonte.

Consigo ler “Paris” nas primeiras placas ao alcance dos olhos próximo aos cruzamentos que cortam os trilhos do trem.
Sinto o poder desse nome de uma forma diferente.

É engraçado quando o nome de um lugar deixa os livros de História e as revistas de turismo para se tornar mais do que isso.
O nome passa a identificar o bilhete aéreo, o portão de embarque no aeroporto, o destino do trem, uma simples placa para a próxima cidade…

Chegamos em Paris.

O trem parou na Gare du Nord pontualmente.

Não deu tempo nem de amassar a roupa do corpo, a viagem fora extremamente confortável e relaxante.
Na hora eu percebi que havia feito a melhor escolha: viajar por todos esses lugares de trem iria valer muito a pena.
Se o Eurostar, o único trem em classe econômica que pegaríamos havia nos proporcionado viagem tão maravilhosa, os outros trens em primeira classe iriam ser simplesmente perfeitos.

Mesmo descansados, saímos do trem com aquele frio na barriga por chegar em uma cidade famosa, mas completamente nova.

A cidade de Londres já estava presa ao nosso passado, já era sonho sonhado.
Ainda estava fresca em nossas mentes, mas agora não era nada além de boas experiências vividas e grandes lembranças.

Chegamos mesmo a esquecer de que encontraríamos nossos amigos suíços.

(Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho… Mas eu vim de lá pequenininho. Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho…).

Foi como eu me senti ao deixar aquele trem.
Nunca me senti tão pequeno.

A Ju já havia superado a London Eye. Estava maior que eu.

Eu estava realmente preocupado apesar de bastante descansado.

Ainda perturbados em como iríamos sobreviver sem muito francês numa cidade que se recusa a falar inglês, estudamos o gigantesco espaço da nova estação e respiramos fundo antes de deslizarmos nossas pesadas malas pelo solo francês.

No momento em que me lembrei de que iríamos encontrar nossos amigos, comecei a ficar bastante inquieto.
Até então, não havíamos conseguido nos comunicar com eles.
Constatei também que a mala mais pesada já não estava mais 100% segura. A rodinha traseira já não girava mais como antes. Iríamos ter problemas com toda a certeza e o fato de não saber para onde ir não estava ajudando muito.

O bom em se viajar com alguém de confiança, é exatamente poder se desligar um pouco e relaxar. E foi o que fiz, tentei pensar como turista e não como estrategista.
Não estávamos em nenhuma corrida milionária. Havia tempo para respirar fundo.

A primeira coisa que fizemos foi buscar um guichê de informações turísticas.
Fomos bastante receosos ao fazê-lo, porque o tratamento rude parisiense era esperado. Poderia vir já na primeira consulta ou demorar um pouco mais, mas uma coisa era certa, ele viria.

Nossa abordagem para com o primeiro atendente turístico foi à francesa, nossa simpatia à brasileira e acho que esse foi o segredo para que o tratamento rude parisiense não nos atingisse durante toda a nossa passagem pela cidade luz.
Abordávamos as pessoas num francês tímido, apresentávamo-nos como brasileiros deslumbrados e só então usávamos um inglês suave. Funcionou em todos os lugares.

Compramos o bilhete para o metrô e nem nos surpreendemos com o tamanho do sistema metroviário de Paris, já estávamos completamente acostumados com o tamanho e a agradável confusão do metrô londrino.

Gare du Nord, Gare de l’Est, Château d’Eau e finalmente Strasbourg Saint-Denis, a nossa estação.

Desembarcamos no meio de um filme francês.
Aquelas típicas ruazinhas com seus bistrôs bonitinhos, senhores velhinhos jogando e esperando a tarde passar, cafés preguiçosos espalhados caprichosamente nas esquinas, restaurantes enfeitados com suas lousinhas numa caligrafia bem escrita anunciando o prato do dia…
O sol e a cortina de uma garoa cheia de bossa nos saudaram ao mesmo tempo. Cheguei a sentir um pouco de calor.

Sim, havia aqueles senhores que dominavam a saída das estações do metrô e que lhe abordavam sem a menor educação (bem parecido com Lisboa), mas fora isso, todo o resto era muito cinematográfico.

Não havia aquela beleza londrina que encontramos nas ruas mais comuns de Londres, mas havia uma poesia típica que o mundo conhece muito bem e que nasceu aqui mesmo nessas ruas comuns de Paris.
Foi então que compreendi que realmente precisaria me desligar de Londres para aproveitar Paris.

Percorrer essas ruas foi um enorme prazer.
Bom, o prazer não durou muito, pois a rodinha filha da puta da mala deu “piti” e morreu muito antes de encontrarmos a rua do nosso hotel. Ela despirocou da mala, engasgou, deu um giro sobrenatural e a cena foi estrondosa. A pesada mala virou de cabeça pra baixo e o puxador quebrou-se como se fosse feito de isopor.

O filme francês se transformou em cena de férias frustradas americanas.
A mala bailou para um mergulho mortal e os parisienses sofisticados riram com muita elegância.

Alguns senhores, ainda assim, tentaram nos ajudar.
A gente ficou com um pouco de vergonha, talvez isso explique a enorme onda de calor que eu senti, mas o mais embaraçoso não era se curvar para transportar aquela “geladeira” de três rodinhas. O fato mais chato foi passar com ela, umas três vezes pelo menos procurando o caminho… Hehehe…

Como estávamos vindo carregados de Londres com outras mochilas, com sacolas de compras e a mala menor, empurrar a dita cuja por aquelas ruas de paralelepípedos foi uma prova de força e resistência.

Nem sei como finalmente encontramos a rua do nosso hotel, mas a única coisa que me lembro bem foi de ver a Gabis e o Phil esperando por nós com sorriso de orelha à orelha.

Encontrá-los foi maravilhoso.
Não deu tempo nem de me sentir envergonhado.

Foi o tempo de fazer o check in, passar uma água no rosto e sair pra saborear a cidade.

A Gabis eu já conhecia há tempos, é amiga de faculdade da minha irmã e freqüentava minha casa.
O Phil eu só conhecia através do Skype, nas longas conferências que tivemos pra discutir os preparativos da viagem, meses antes.

Os dois se conheceram aqui em São Paulo e o amor foi à primeira vista.
Eles casaram e foram pra Suíça onde vivem desde então.
A Gabis sempre chamava a Ju pra ir visitá-la, mas nunca dava pra conciliar as férias latinas com as férias européias.
Foi quando resolvi ir à Europa.
A idéia original nasceu como uma viagem solitária de uma semana nos arredores de Paris, nesse meio tempo convenci a irmã a me acompanhar e acabamos incluíndo Londres, Suíça e finalmente a Itália.

Bastou o casal saber que incluiríamos a Suíça na nossa Eurotrip para nos oferecer hospedagem.
Já estávamos felizes demais com esse presente, ficamos mais ainda quando eles disseram que nos encontrariam em Paris.

E lá estavam eles como prometeram.
Hospedaram-se no mesmo hotel, ficariam com a gente por toda nossa passagem pela cidade luz.

Fomos andando até a Gare du Nord e descobrimos como a nossa estação Strasbourg era muito bem localizada.
Comemos um sanduba de fondue (exótico) e nos perdemos por ruas charmosas.

Havia muito tempo que as amigas não se encontravam pessoalmente, então dá pra imaginar que assunto entre elas não faltou.
Eu por outro lado, não tinha qualquer intimidade com o suíço, mas se olhassem de longe, não dava pra dizer quem falava mais com quem, se os meninos ou as meninas.

A amizade foi instantânea e a admiração também. O Phil, como eu suspeitava, se mostrou uma pessoa incrível.
Por mais que eu não tivesse qualquer vínculo com o guri, ele era um eterno apaixonado pelo Brasil e eu pelo país dele. Isso já era suficiente para que não faltasse assunto.

O forte sotaque não impedia o suíço de nos humilhar com o seu fluente português.
Povo suíço já nasce falando três línguas! Gente inteligente do caramba.

Oras falávamos em português e na maioria das vezes em inglês, porque ainda há coisas que funcionam melhor no idioma universal.

O Phil já havia morado um tempo em São Paulo e aprendeu o português só de ficar entre os paulistas.
Já casado, na Suíça, tudo o que ele teve de estímulo foram as conversações com a Gabis, ou seja, o cara mandava muito bem.

E enquanto andávamos sem destino certo, conversávamos e ríamos.
Então nos tocamos de que estávamos andando sem rumo e como o Phil era o único que já conhecia Paris e falava fluente o francês, ele nos guiou até à Champs-Élysées.

E lá estávamos na avenida mais famosa de Paris.
Fomos presenteados com trilha sonora bem brasileira, numa roda de capoeira logo ali ao lado.

O primeiro cartão postal não demorou para aparecer.

O Arco do Triunfo surgiu na nossa frente.

Esse lugar é tão bem localizado.
Ele está situado no centro da praça Charles de Gaulle, de onde partem as doze principais avenidas da cidade.

A praça e suas doze avenidas formam uma estrela, une Etoile.
E é do alto do Arco que temos a visão desta formação que torna o trânsito absolutamente caótico.

O monumento construído em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte, teve sua construção em 1806 e sua inauguração em 1836.
A monumental obra detém, gravados, os nomes de 128 batalhas e 558 generais.

Decidimos ali mesmo subir o Arco.
Por mais fechado que o tempo estivesse, provavelmente não teríamos outra oportunidade de estar ali.

Nos encarapitamos pelas escadas circulares sem fim e o mais engraçado era que mesmo lá, eu era capaz de jurar que conseguia ouvir um coro de vozes cantando músicas brasileiras lá embaixo.

Não demorou muito pra que um grupo de turistas animados que estavam vindo de Roma nos alcançasse. Eles estavam completamente felizes por estarem em Paris e subiam as escadas cantando e rindo alto.
Quando nos alcançaram foram extremamente simpáticos. Nos disseram que foram massacrados pelo mau humor dos romanos e que estavam adorando Paris.

Após as escadas circulares, saímos num enorme salão com um pé direito muito alto, nele, uma exposição fixa sobre a construção do Arco.

Uma funcionária nos abordou pra responder um questionário em francês. A Gabis se prontificou a responder. Queria botar em uso as aulas de francês que está tendo.

Mais algumas escadas e atingimos o topo do Arco.
Que vista!
Que beleza de cidade se abriu aos nossos olhos.

O frio era intenso, mas dava pra ser dominado.
A Ju quase congelou, pois foi a única que esqueceu agasalho.

Vimos a Dama de Ferro pela primeira vez apontando para o céu.

Um prazer imenso invadiu e aqueceu o coração.

Um puta frio!

Para todos os lados que vc observa, lá estão as avenidas mais famosas de Paris, sempre bem arborizadas e com seus telhados cheios de chaminés.
As cores das folhas das árvores são um espetáculo a parte. Estamos no Outono!

Os caminhos são facilmente identificados pelas árvores que os cortam.

É como se a cidade pedisse permissão para coexistir entre as árvores.

Descemos das alturas para passear pela avenida mais famosa.
Caminhar pela Champs-Élysées é bem gostoso, mas não é muito mais magnífico do que passear pela Oscar Freire.
Sério, juro que não vi nada demais.
Grandes lojas, muito glamour, mas depois do tanto que passeamos por Londres, a Champs-Élysées realmente não me impressionou.

Em todos os momentos eu tentava reparar nas pessoas que passeavam/compravam por lá e elas eram normais.

Algo que me chamou a atenção:

Perdi-me numa loja inacreditável da Adidas, mas não havia nada lá que valesse meus euros. Tudo era muito caro e pouca coisa era exclusiva.
Gamei numa camisa oficial do time de futebol da casa. Ela era meio cor-de-rosa e tinha uma colagem interessante de imagens explodindo, mas seu preço não justificava seu real valor. Foi fácil deixá-la.

Andamos muito, muito, muito.

Os pés já não seguiam mais a cabeça.

Entrei no Petit Palais apenas para acompanhar os amigos, pois eu já não funcionava mais.

Doia dar um único passo e eu não tinha a menor idéia da onde eu estava, se demoraria pra chegarmos ao hotel… Eu não fazia a menor idéia.

Mal sabia eu que a noite estava apenas começando…