Arquivo da tag: Mini Cooper

179- 04) Fish ‘N’ Chips, Mini & Big Clicks

Dormir em Londres é uma delícia.

Desde que estava decidido que eu viajaria a Londres, esse era um dos pensamentos que não deixava a minha cabeça: “como seria dormir em Londres?”.
Dormir em Londres, pelo menos no Astor Hyde Park era uma delícia.

Nosso quarto era muito bacana.
Havia uma janelona imensa, meio aberta, que estranhamos no começo, mas compreendemos no final.
O beliche era aquele de praxe que se usa nos albergues europeus: imenso, com aquelas jaulas engradadas na parte inferior para se colocar a bagagem.
A roupa de cama era impecável, perfumada…
Por menos sono que tivéssemos, era só deitar o corpo naqueles lençóis macios e branquinhos que o sono não tardava a vir. Geralmente estávamos mortos de sono.

A coisa mais engraçada na nossa chegada no Astor foi que até então, não havíamos entendido ao pé da letra o que um quarto “insuite” significava.
Havíamos procurado bastante pelos sites de hostel, e o que definimos foi que quartos “insuites” tinham apenas a ducha. A “outra parte” do banheiro, não menos importante, pelo que pesquisamos, era compartilhada nos corredores do hostel.
Ninguém com quem conversamos tinha 100% de certeza se teríamos banheiro no quarto.
A gente já tinha achado que conseguir um quarto exclusivo num dos melhores hostels de Londres já era uma grande conquista.

Ao entrar naquele quarto, a primeira coisa que fiz foi correr pra procurar a portinha do banheiro, e para minha grande surpresa, lá estava um banheiro completo: uma bela duma ducha, privadinha como manda os costumes brasileiros, toalhinhas e produtos de higiene pessoal… Hehehe…
Fiquei feliz.

Pois é, se vcs forem pra Londres, o Astor Hyde Park é o lugar!

Astor-01

Astor-02

A Brooke é a melhor anfitriã e o preço das diárias parece brincadeira. Fora a localização mais que especial.
Meu Deus, que vontade de voltar!

Astor-03

Como se já não estivéssemos apaixonados o bastante pelo nosso quarto, pela nossa vista e pelo nosso banheiro, foi no café da manhã que incorporamos o espírito dos londrinos.

Descemos todos os lances de escadas do hostel e no final do corredor: a cozinha e o refeitório.

Esqueçam o feijão, o bacon e as salsichas no café da manhã. Havia vários tipos de cornflakes e frutas secas, pães de forma gigantescos, duas torradeiras monstruosas, todos os tipos de geléia, manteiga, cream cheese, frios, muitos galões de leite, uma torneira de água fervente e o melhor chá que eu tomaria na minha vida.

O responsável por mantêr a mesa sempre abastecida, um londrino magrela com um topetão laranja, se alternava entre os galões de leite e seu imenso controle remoto modernoso, com o qual discotecava a trilha sonora daquela manhã.
A única regra ali era comer o que quisesse e depois lavar e secar sua louça.

No primeiro dia cometi uma leve gafe e enxuguei as louças com os guardanapos de papel.
Oras bolas, eu perguntei pra uma russa louca se era pra usar aquele pano velho pendurado na parede e ela olhou pro papel.

Nas demais manhãs, percebi que aquele pano horroroso era o utilizado para secar a louça limpa.
Um único pano pra secar toda aquela louça! Hahaha…
Tudo bem, o que não mata engorda.

Fazia minhas torradas com geléia e uma gorda fatia de um queijo bem forte, enchia a caneca velha com água escaldante, mergulhava um sachê daquele chá negro e forte e estudava os outros hóspedes…
Japoneses, americanos, mexicanos, russos, franceses, alemães…
Jovens, casais, velhos…
Era muito interessante ouvir tantos idiomas diferentes já na mesa do café da manhã.

Saímos logo em seguida.

Rua-Astor

Não podia deixar de soltar suspiros apaixonados ao andar pelas ruas do nosso bairro.
Os Minis Coopers repousavam invocados nas calçadas úmidas.
Separei três que pareciam não ter donos. Perdi o clique daquele camaleão, que muda de cor.

Mini-01

Mini-02

Mini-03

Ano que vem será o ano do carrango na minha vida.
Dá até dó de começar a dirigir num desses…
Vou de “poizé” mesmo, já que não inventaram o carro inflável de borracha.
Não creio que deva ser muito barbeiro, uma vez que sou cuidadoso com as minhas coisas, mas que o Mini Cooper é lindo, ah, isso ele é.

Aproveitamos que a chuva havia parado durante a madrugada e cortamos o Hyde Park.

Hyde-Park-Ju

Hyde-Park-Ju-2

Não é sempre que temos o privilégio de passear num parque real.
Belíssimo!

Hyde-Park

O imenso parque que já foi palco para concertos de Madonna à Queen engolia o barulho da grande cidade.

Seu verde intenso, mesmo apagado sem a luz do sol, gerava-nos uma paz progressiva.
Quanto mais nos dirigíamos para o centro do parque, maior era essa sensação de bem estar.

Jardins perfeitos, árvores gigantescas.
Engraçado como as árvores são magníficas, e brincam com a nossa imaginação.

Hunting-Tree

Hyde-Park-Jo

Tree-2

Tree

As flores são perfeitas graças ao clima frio da época.

Encontramos o gigantesco Albert Memorial e a elaborada escultura Frieze of Parnassus.
Não há como registrá-la sem sacrificar alguma parte, é gigantesca.

Parnassus-01

Parnassus-02

Parnassus-03

Há uma atmosfera de fé circulando esse monumento.

Parnassus-04

E pensar que isso foi inaugurado em 1872…

Parnassus-05

Parnassus-06

Parnassus-07

Tão impressionante e maravilhosa que me senti insignificante ao seus pés.

Andamos muito pelo nosso bairro e descobrimos que ele era mais que um sonho.

Caminhamos ao redor do Royal Albert Hall:

Opera

Fomos nos informar sobre alguma ópera ou concerto pra assistir, pois a casa ficava nos fundos do nosso hostel. Pegamos alguns folhetos para planejar alguma coisa pra se fazer a noite sem nos preocuparmos com transporte, mas esquecemos.
O problema em se estar em Londres é que há tantas coisas pra se fazer, que vc acaba esquecendo de fazê-las por estar fazendo outras!

Conhecemos uma brasileira na floricultura de um bonito mercado. Entramos lá para almoçar, achando que seria um bom negócio, mas a brasileira disse que aquela região era um dos lugares mais caros pra se comer em Londres. Ela nos aconselhou ir a Oxford Street.
Claro que conversamos muito com a brasileira. Ela estava muito nostálgica e encontrar-nos foi bem emocionante para ela.
Trocou telefone, e-mails e disse para ligarmos pra ela se precisássemos de ajuda ou lugar para se hospedar. Eu e a Ju agradecemos, mas dissemos que essa era a nossa penúltima noite na cidade. Demos um grande abraço do Brasil na nova amiga e seguimos pra Oxford.

Como eu gostei de Oxford!
Lá, além de almoçar, compramos mais eletrônicos…

Na Oxford Street tem lojas de tudo.
O movimento de transeuntes é estonteante.
É um caos em meio aquele trânsito dos ônibus de dois andares…

Ficaria o dia todo ali apenas olhando as pessoas na rua.

Esticamos até Nothing Hills onde conhecemos o amigo português que nos ensinou o caminho até o restaurante mais gostoso de Fish ‘N’ Chips.

Portugues

Chegamos envergonhados no bonito restaurante.
Aquele restaurante escuro e perfumado parecia ser um lugar de muitos dedos e narizes torcidos.

Fish-&-Chips-Mesa

O gelo foi quebrado assim que nosso garçon veio nos cumprimentar.
Em poucos minutos eu já estava contando histórias do Brasil para o humilde mongolian garçon.

Fish-&-Chips-Mongolian-2

Disse pra ele que jamais tinha conhecido alguém da Mongólia, que era uma honra.
Pronto, foi o suficiente para cativar o garçon, que se mostrou extremamente simpático.

Ele nos trouxe uma porção generosa do prato tradicional, pois dividiríamos.

Fish-&-Chips

O Fish ‘N’ Chips pra quem não gosta de peixe é perfeito.
Aprovadíssimo!

Fish-&-Chips-Jo

Eu até estava com o pé atrás, pois não sou muito fã de peixe.
Mas foi só ver aquele prato crocante olhando pra nós, que eu até esqueci que era peixe.

Que combinação de sabores!
O peixe empanado é servido com molho tártaro, mushy peas (purê de ervilhas) e muitas, muitas batatinhas crocantes.

Humm… É um espetáculo gastronômico, pena ser tão gorduroso.

No final das contas, tiramos mais fotos com o simpático mongoliano.

Fish-&-Chips-Mongolian

A amizade foi tão instantânea, que até as inglesinhas que estavam no caixa quiseram tirar fotos com a gente.

Fish-&-Chips-Friends

Os clientes não entendiam aquela bagunça.
Eu fiquei literalmente vermelho de vergonha… Hahahaha…

Demos uma boa gorjeta.

A tarde fomos bater perna nas impecáveis lojas da região.
Voltamos pro hostel pra guardar as sacolas de compras e apanhar o tripé para algumas fotos noturnas.