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35- Yamadas & Amados

My Neighbors, The Yamadas (Hôhokekyo Tonari No Yamada-kun)

Depois passar a manhã e a tarde acelerando três encomendas ilustradas, dei uma geral na casa e corri pro Sesc Paulista. Vida de freelancer não é tão cor-de-rosa quanto as paredes do espaço Tradição Pop no Tokyogaqui.

Cheguei cedo. Peguei meu ingresso, tentei pegar mais alguns, mas a recepcionista disse que não era permitido.
Subi pro 5º andar.
Fiquei observando o povo jogar Pump It Up, mas fiquei na minha.

Bom, fiquei na minha até encontrar a Agatha, que me convidou pra jogar com ela e os amigos.
Só paramos de dançar porque tava na hora de prepararem o andar para a exibição dos Yamadas.

Troquei e-mail com a Agatha, despedi-me, encontrei com a Careimi, a cineasta que trouxe os animês pro Tokyogaqui. Assim que ela me entregou seu cartão, alguém me chamou pelo nome!

Hehehe… Só podia ser o Mr. Ber.

Mas dessa vez era o Mr. Ber e suas convidadas.

A maior surpresa do mundo foi ver que uma das convidadas, era ninguém mais ninguém menos que a grande koreaninha Sae.
Meu Deusssssssssss, como fazia tempo que eu não encontrava a Sae!!! A guria tava fashion e sorridente como sempre. Tiramos o atraso e conversamos sobre tudo. Até consegui mostrar o portifólio, que por descuido, ainda estava dentro da minha mochila.
Tá certo que faltou o Mr. Altran, mas ela disse que talvez o traga na quarta-feira para assistirmos o Paradise Kiss.

Não daria tempo de tirarmos as fotos no cubículo de penas brancas, deixaríamos isso para um outro dia. Mas aproveitamos as paredes peludas do 5º andar e fizemos nosso melhor.

Tava todo mundo sem convite!
Descemos na recepção e para nossa sorte ainda tinham convites sobrando.

Aproveitamos que o movimento estava calmo, pois tem dia que não dá pra passar pelo corredor de tanta gente, e tiramos mais algumas fotos. A sessão já ia começar.

O programa durou das 19hs30 até às 22hs!
My Neighbors, The Yamadas foi espetacular.
Mais Azumanga Daioh impossível.
Na verdade, grande parte do brilhantismo de Azumanga foi inspirado em Yamadas.

O animê é uma coleção de pequenas historinhas (pra falar a verdade, tirinhas de jornais transformadas em animação).
A identidade visual do filme é toda baseada em Sumi-ê, aquela aquarela japonesa.
As aventuras da família Yamada são inteligentes e cheias de pequenas lições valiosas. Conselhos de avó, broncas de pai, picuinha de mãe, caprichos de filho mais velho…
Cada personagem é rico em maravilhas, profundo em detalhes.
Os arquétipos se fazem com as atitudes certas: o pai trabalhador, a mãe dona de casa, a sábia avó, o antenado garoto e a graciosa pequenina.
O interesse em mostrar o cotidiano em histórias curtas, quebradas e quase sempre sortidas, faz com que o timming das coleções seja perfeito.
Não há falhas entre os momentos surreais, onde a família brinca numa nuvem e faz picnic num tapete voador com os reais e rotineiros, onde a família faz compras num shopping, assiste tv… Tudo se encaixa perfeitamente.

Sem contar a maravilhosa trilha sonora assinada por Takahata Isao, que tem de quebra, a participação mais que especial da Akiko Yano e sua inigualável voz anasalada.

Após a exibição, a Careimi promoveu um interessante debate sobre os valores e princípios desse animê. O debate se iniciou na família Yamada e chegou até a política italiana.

Como o programa durou até às 22hs, não deu pra invadirmos o espaço de Pump It Up. Nossos estômagos estavam roncando de fome e decidimos sair em procissão pela Paulista.
No meio do caminho encontrei o viajado amigo Chaos Control, ele estava voltando de um curso.
Seguimos caminho até encontrar uma barraquinha de milho e finalizamos a noite fazendo careta nas mesinhas do Mc.

De novo me perdi no meio do bom bate-papo e quase esqueci da hora de voltar.
Cheguei em casa pouco antes das doze badaladas, cansado, mas extremamente feliz pelo contato com a turma da Gargântua Produções, por ter treinado Pump It Up, ter assistido mais um título do Studio Ghibli, ter reencontrado a Sae, o Ber e ter conhecido as gurias.

Ps: Sae se lê “Sêi”.